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EDUCAÇÃO E CULTURA VISUAL:APRENDIZAGEM, DISCURSOS E MEMÓRIAS. 

[...]Com efeito, o espírito que permeia e tece esta Coletânea é o de que ela possa despertar no leitor consciente o desejo de superar o traço dominante e hegemônico de uma relação ingênua e inocente com a imagem visual; no educador comprometido e responsável politicamente, a necessidade de desenvolver práticas educativas que possibilitem a aprendizagem da observação crítica do fluxo e da fixidez das imagens que circulam e bombardeiam o cotidiano e a existência das pessoas; e no pesquisador da educação, o interesse em fazer do nexo pedagógico entre a imagem visual e a educação um objeto de sua curiosidade epistemológica, de seu estudo e investigação [...] (2015,p.17).  



EDUCAÇÃO E VISUALIDADE: A IMAGEM COMO OBJETO DO CONHECIMENTO

[..] Foi-se o tempo em que a imagem era vista como uma impossibilidade cognoscível, tanto no que tange ao fato de não ter as qualidades necessárias para representar e mostrar algo sobre a realidade, quanto porque não figuraria como uma mediação social, cultural e econômica entre os indivíduos membros de certa sociedade. Essa concepção, alimentada pela hegemonia da escrita, foi, gradativamente, sendo arrefecida, desacreditada e rejeitada. A imagem visual, hoje, é posicionada como uma dentre outros artefatos culturais constitutivos da sociabilidade. Par e passo, isolada ou articuladamente, caminham a escrita, o som e a imagem.

A desconstrução desse entendimento e a emergência do signo-imagem, no cenário da cultura visual, erigiram a imagem visual ao status de objeto epistêmico, sobre o qual devem se debruçar diferentes domínios do conhecimento, dentre os quais, os domínios pertencentes à área das Ciências Humanas, como a Filosofia, Antropologia, a História, a Sociologia, as Artes Visuais, a Semiótica, a Análise do Discurso, a Hermenêutica, as Ciências da Religião e a Pedagogia, por exemplo.

Alinha-se a esse movimento a presente Coletânea - ‘Educação e visualidade: a imagem como objeto do conhecimento’- composta de oito escritos, com a colaboração de onze autores, que tratam da problemática da imagem e sua relação com a educação no contexto da sociedade brasileira. Os autores são professores de universidades federais e estaduais, da rede pública e estudantes da pós-graduação e graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), todos envolvidos em atividades de ensino, pesquisa ou extensão e articulados a grupos de pesquisas, o que denota o compromisso institucional com o assunto. Essa realidade que tem sido vivenciada por cada participante e tem sido a fonte inspiradora de mais uma Coletânea, posterior às três anteriores, a saber: “Educação e visualidade: reflexões, estudos e experiências pedagógicas com a imagem (2008)”, “Por uma pedagogia crítica da visualidade (2010)” e “A importância do ato de ver” (2011).

Cada um dos escritos da Coletânea atual enfoca, a seu modo, a questão da educação e da visualidade e discute a imagem como objeto do conhecimento. A riqueza de perspectiva e de aspectos abordados evidencia a existência de um terreno de reflexão, estudo, ensino e pesquisa que está muito longe de se esgotar. Na verdade, apresenta-se como um solo fértil e produtivo, emergente e edificante, pleno de potencialidades epistêmicas e pedagógicas. Como será comprovado pelo leitor, ao folhear as páginas do livro, a cultura visual se apresenta como uma realidade que deve ser enfrentada e trabalhada de maneira competente, crítica e responsável. Esse é, por exemplo, um sentimento que fica ao se ler cada um dos escritos da Coletânea. Clique na capa do livro para lê-lo.




O vínculo entre educação e cultura visual ganhou visibilidade no cenário do debate educacional brasileiro, assim como propiciou o anúncio de um campo de investigação efetivo, presente em diversas áreas das ciências humanas. Separada ou articuladamente, os termos do enunciado circulam, percorrem o entremeio de falas, escritos e discursos; produzem efeitos sobre o indivíduo e as relações sociais, realizam-se em atos, práticas e ritos pedagógicos; afirmam-se como objetos e fontes de pesquisa; justificam projetos de intervenção e propostas de política cultural; são acionados como estratégias de produção de subjetividades e de reprodução do capital material e simbólico; indiciam uma ordem de discurso que acaba por ancorar um universo de possibilidades de entendimento e gestão do currículo e do saber escolar. Este é o espírito que perpassa, articula e tece o elenco de reflexões arrolado no corpus dos escritos constitutivos deste número da Revista Temas em Educação. Com efeito, o leitor terá a oportunidade de se encontrar com o tema ou distancia-se dele ao ler cada texto, ao se apropriar dos diversos modos de abordar e de conferir visibilidade aos aspectos da educação e suas interfaces com a problemática da cultura visual na sociedade contemporânea, sejam eles, os vínculos identificados e explicitados entre a prática educativa e o cinema, a televisão e a charge; sejam eles, os que capturam as interfaces entre a educação e o imaginário, a literatura e o livro didático, por exemplo. [...] Nossa expectativa é a de que o conjunto de textos publicados neste número da Revista Temas em Educação possa contribuir para a disseminação e o aprofundamento da reflexão, do estudo, da investigação, do ensino e do debate sobre os possíveis entrelaçamentos entre a educação e a cultura visual. Editores. Clique na capa da revista para acessá-la.



A IMPORTÂNCIA DO ATO DE VER 

[...] A vida carece de sensibilidade. A Sensibilidade é sempre sensação de algo que existe empiricamente. Algo que é capturado e apreendido por meio de um dos sentidos, que reage ao estímulo exterior, tendo em vista respondê-lo de tal modo que, na relação estímulo-resposta, uma necessidade concreta seja satisfeita. Por isso, a sensibilidade é, em si, uma forma natural e concreta de se conhecer o mundo. Ver é uma expressão singular da sensibilidade. Ver é sentir e sentir é conhecer. Visão, sensação e conhecimento são termos que se relacionam e se constituem. Neste sentido, ver é uma sensação importante para o conhecimento empírico do mundo concreto e para o atendimento das necessidades existenciais do mundo natural e social. Desejamos que a leitura deste livro contribua para o reconhecimento da importância do ato de ver. Que aprendamos a ver, assim como aprendemos a ler. Que ensinemos a ver, assim como ensinamos a ler. Aprender e ensinar a ver são, indubitavelmente, uma necessidade do nosso tempo, marcado pela cultura visual e pela ordem do signo da imagem [...].



POR UMA PEDAGOGIA CRÍTICA DA VISUALIDADE 

[...] A expressão pedagogia crítica da visualidade também se insere no mundo educativo em que vivemos e se apresenta, atualmente, como uma alternativa possível de se problematizar, analisar e investigar a prática educativa; de se configurar e ressignificar o currículo escolar; de se conceber, produzir e circular o saber socialmente aceito; de se organizarem os lugares sociais de aprendizagem; de se ler e se olhar criticamente o mundo; de se potencializar a ação comunicativa e de se apoderar dos sujeitos sociais para o exercício concreto de suas lutas específicas; de se veicularem valores, ideologias e mercadorias no mundo globalizado. Em suma, o verbete pedagogia crítica da visualidade, não é um simples neologismo ou vocábulo sem valor pedagógico. Ele é o signo de mais um modo singular de se pensar e se fazer educação, em lugares diferenciados, com sujeitos distintos, ontologicamente situados no tempo e no espaço sócio-histórico da cultura midiática contemporânea: lugar em que a imagem ganha relevância e centralidade indiscutível. Além de se inserir nesse cenário, o presente livro, que resolvemos nomear de Por uma pedagogia crítica da visualidade, é a continuidade da linha de reflexão e investigação que estamos empreendendo no Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba, sistematizada na Coletânea organizada em 2008, intitulada Educação e visualidade: reflexões, estudos e experiências pedagógicas com a imagem, resultantes de um conjunto de atividades oriundas do campo do ensino, da pesquisa e da extensão, assentadas no reconhecimento da relevância da imagem na sociedade contemporânea de suas implicações no horizonte sociocultural da educação [...].





Educação e Visualidade: reflexões,estudos e experiências pedagógicas com a imagem. 



[...] O fazer cotidiano do professor e o estudante universitário pauta-se numa série de atividades institucionais (ensino, pesquisa, extensão e gestão), cuja riqueza epistêmica nem sempre é considerada como matéria-prima do conhecimento aprendido e produzido.  Com o passar do tempo, como o deslocamento nos múltiplos espaços acadêmicos e com a realização de ações dispersas, visando atender a demandas imediatas, estudantes e professores acabam por perder de vista os rastros de suas histórias profissionais, por esquecer um rol de elementos acadêmicos que confeririam sentido e inteligibilidade à subjetividade e à visão de mundo que foi sendo tecida no ‘aqui’ e no ‘agora’ de sua existência acadêmica, marcando, assim, o seu próprio ser pessoal e profissional.  Na contramão desse processo, o presente livro, intitulado de ‘Educação e visualidade: reflexões, estudos e experiências pedagógicas com a imagem’, tem um duplo o objetivo. O primeiro é o de servir como um incentivo para que reflitamos sobre a necessidade de pensar o nosso fazer, sistematizá-lo e escrevê-lo; o segundo, o de registrar, organizar e compartilhar algumas reflexões, estudos e experiências sobre a imagem na cultura contemporânea, suas implicações no campo da educação e, em especial, sobre as novas demandas da cultura visual e midiática suscitadas sobre a formação dos educadores [...].




TESE





DISSERTAÇÃO



ARTIGOS EM PERIÓDICO





BARQUETE, Felipe Leal ; CARLOS, Erenildo João . O discurso da criação fílmica como mediação da aprendizagem do saber escolar. REVISTA COCAR (ONLINE), v. 5, p. 146-162, 2019.


CELESTINO, F. A. C. ; CARLOS, Erenildo João . Posicionamento do educando no discurso do PROEJA: um estudo realizado no IFPE Campus Barreiros-PE. Revista Querubim (Online), v. 15, p. 47-96, 2019.

































CARLOS, Erenildo João; SILVA, M. L. G. O uso pedagógico da imagem na educação de jovens e adultos. Conceitos (João Pessoa), v. 8, p. 15-21, 2009.

CARLOS, Erenildo João. O texto-imagem e a educação de jovens e adultos. Conceitos (João Pessoa), v 6, p. 42-50, 2006.

CARLOS, Erenildo João. O emprego da imagem no contexto do livro didático de Língua Portuguesa. Temas em Educação, v. 15, p. 87-100, 2006.




CARLOS, Erenildo João. Discurso metanarrativo: uma matriz configuradora do currículo escolar. Temas em Educação, João Pessoa, p. 136-166, 2003.





CARLOS, Erenildo João. Passos e compassos de um programa em construção: alfabetização matemática no Projeto Escola Zé Peão. Revista de Extensão da UFPB, João Pessoa, n. 9, p. 85-114, 1999.


CARLOS, Erenildo João. Metanarrativa e currículo: uma relação possível. Cadernos de Educação Popular Produção Discente, João Pessoa, p. 73-85, 1999.


CARLOS, Erenildo João. Metanarrativa: um discurso em processo de rejeição. Temas em Educação, João Pessoa, v. 6, p. 52-81, 1997.




CAPÍTULOS DE LIVRO


ALCANTARA, M. A. Miranda. ; CARLOS, Erenildo João . Projeto Escola Zé Peão: um lócus da formação do educador de jovens e adultos. In: Timothy Denis Ireland; Eduardo Jorge Lopes da Silva; Lindemberg Medeiros de Araújo. (Org.). Aprendendo com o trabalho: 25 anos da escola Zé Peão. 1ed.Jundiaí, SP:: Paco Editorial,, 2017, v. , p. 201-224.

SILVA, R. M. ; CARLOS, Erenildo João . O discurso da gestão escolar potiguara feminina a partir da análise arqueológica - diálogo como enunciado. Uma década de expansão universitária: estudos sobre o vale de Mamanguape. 1ed.João Pessoa: CCTA, 2017, v. II, p. 131-162.

CARLOS, Erenildo João. Pedagogia crítica da visualidade: assinalações e perspectivas. In: Erenildo João Carlos. (Org.). Educação e cultura visual: aprendizagens, discursos e memórias. 1ed.João Pessoa: Editora da UFPB, 2015, v. , p. 19-43.

CARLOS, Erenildo João. Palavras iniciais: observando imagens visuais. In: Erenildo João Carlos. (Org.). Educação e cultura visual: aprendizagens, discursos e memórias. 1ed.João Pessoa: Editora da UFPB, 2015, v. 1, p. 09-18.

Alcântara, Raquel Rocha Villar de ; CARLOS, Erenildo João . Imagem e memória: registros visuais no processo de alfabetização em Paulo Freire. In: Erenildo João Carlos. (Org.). Educação e cultura visual: aprendizagens, discursos e memórias. 1ed.João Pessoa: Editora da UFPB, 2015, v. 1, p. 203-214

HERCULANO, J. R. ; CARLOS, Erenildo João . O currículo de filosofia na EJA. In: Edson Brito Guedes, Severino Bezerra da Silva e Cleber Brito de Souza. (Org.). Políticas públicas e formaçào de educadores: produções da especialização PROEJA/PB. 1ed.João Pessoa: Ed. Universitária da UFPB; F&A Gráfica e Editora, 2013, v. 3, p. 143-156.


SANTANA, Marcelo da Fonsêca ; CARLOS, Erenildo João . O ensino da física na EJA, numa perspectiva da aprendizagem verbal significativa. In: Edson Brito Guedes, Severino Bezerra da Silva e Cleber Brito de Souza. (Org.). Olhares sobre as práticas escolares na contemporaneidade. 1ed.João Pessoa: Ed. Universitária da UFPB; F&A Gráfica e Editora, 2013, v. 2, p. 247-258.

CARLOS, Erenildo João; VICENTE, D. S. S. ; Alcântara, Raquel Rocha Villar de . Uma investigação sobre a presença da imagem na proposta pedagógica freireana. In: Erenildo João Carlos. (Org.). Educação e visualidade: a imagem como objeto do conhecimento. 1ed.João Pessoa: Editora da UFPB, 2012, v. , p. 153-216

CARLOS, Erenildo João. Introdução: a imagem como objeto do conhecimento. In: Erenildo João Carlos. (Org.). Educação e visualidade: a imagem como objeto do conhecimento. 1ed.João Pessoa: Editora da UFPB, 2012, v. , p. 07-18.

CARLOS, Erenildo João; VICENTE, D. S. S. . Inclusão de Jovens e Adultos do Campo à Escolarização. In: Roberto Derivaldo Anselmo; Éder da Silva Dantas. (Org.). Inclusão-políticas e práticas. 1ed.João Pessoa: Editora da UFPB, 2012, v. , p. 125-146.

CARLOS, Erenildo João; VICENTE, D. S. S. . Fundamentos jurídicos da educação do campo: rascunhos e achados de pesquisa. In: Maria do Socorro Xavier Batista. (Org.). Movimentos sociais, estado e políticas públicas de educação do campo: pesquisa e práticas educativas. 1ed.João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2011, v. , p. 25-43.